A relação entre Múltipla Esclerose e Saúde Ocular

Postado em: 07/10/2024

A relação entre Múltipla Esclerose e Saúde Ocular

A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica inflamatória e desmielinizante que afeta o sistema nervoso central. Embora os sintomas mais conhecidos da EM envolvam fraqueza muscular, problemas de coordenação e fadiga, a Saúde Ocular também pode ser impactada. 

A visão frequentemente se torna uma área afetada logo nos estágios iniciais da doença, com sintomas que variam de alterações temporárias a problemas mais duradouros.

Continue sua leitura para saber mais sobre a relação entre a esclerose múltipla e a saúde ocular!

Possíveis efeitos da esclerose múltipla na saúde ocular

Neurite óptica: um dos primeiros sinais da esclerose múltipla

Um dos sintomas visuais mais comuns associados à esclerose múltipla é a neurite óptica, uma inflamação do nervo óptico que pode causar perda de visão em um ou ambos os olhos. 

A neurite óptica muitas vezes é o primeiro sinal da esclerose múltipla e pode se manifestar antes de outros sintomas neurológicos

Pacientes podem perceber uma redução da acuidade visual, acompanhada por dor ocular, especialmente ao movimentar os olhos.

A perda de visão causada pela neurite óptica pode ser parcial ou total, e, em alguns casos, a recuperação da visão ocorre espontaneamente com o tempo. 

No entanto, em outros casos, podem ficar sequelas visuais, como uma percepção alterada das cores ou sensibilidade à luz.

O tratamento da neurite óptica geralmente inclui o uso de corticosteróides intravenosos, que ajudam a reduzir a inflamação e acelerar a recuperação da visão. 

Em casos mais graves, terapias adicionais podem ser necessárias para evitar danos permanentes ao nervo óptico.

Diplopia: visão dupla e problemas de movimento ocular

Outro sintoma visual frequentemente relatado por pacientes com esclerose múltipla é a diplopia, ou visão dupla

Esse problema ocorre quando os músculos que controlam os movimentos dos olhos não funcionam de forma coordenada, resultando em desalinhamento ocular. 

O cérebro recebe imagens de ambos os olhos que não estão devidamente alinhadas, o que gera a percepção de visão dupla.

A diplopia pode ser temporária ou persistente, dependendo da progressão da doença e das lesões nas áreas do cérebro responsáveis pelo controle do movimento ocular. 

O tratamento pode incluir o uso de tampões oclusivos para aliviar a visão dupla em um dos olhos, ou óculos com prismas, que ajudam a realinhar as imagens. 

Em alguns casos, intervenções cirúrgicas podem ser indicadas para corrigir o desalinhamento ocular.

Nistagmo: movimentos involuntários dos olhos

O nistagmo, caracterizado por movimentos involuntários e rápidos dos olhos, é outra manifestação ocular que pode ocorrer em pacientes com esclerose múltipla

Esses movimentos descontrolados podem prejudicar a capacidade de focar em objetos, afetando a visão de perto e de longe. 

Pacientes com nistagmo muitas vezes relatam uma sensação de instabilidade visual, o que dificulta a leitura e outras atividades que exigem foco contínuo.

Algumas opções de tratamentos incluem o uso de medicamentos para reduzir os movimentos oculares ou terapias visuais específicas para ajudar os pacientes a melhorar a estabilidade do olhar.

Avaliação e acompanhamento regular da saúde ocular

A saúde ocular em pacientes com esclerose múltipla exige monitoramento constante. 

Alterações visuais podem ser os primeiros sinais de um novo surto da doença, e a intervenção precoce é um diferencial importante para minimizar os danos permanentes. 

Exames oftalmológicos regulares, incluindo testes de acuidade visual, campos visuais e tomografia de coerência óptica (OCT), são essenciais para detectar mudanças na saúde dos olhos.

O envolvimento de um neuroftalmologista no acompanhamento de pacientes com esclerose múltipla é altamente recomendado. 

Esse especialista pode avaliar de forma mais precisa os impactos da doença na visão e colaborar com o neurologista para ajustar o tratamento conforme necessário.

Reabilitação visual e qualidade de vida

Em muitos casos, a esclerose múltipla pode causar danos visuais que, mesmo com tratamento adequado, deixam sequelas. 

Nessas situações, a reabilitação visual desempenha um papel importante em ajudar os pacientes a se adaptarem às suas novas circunstâncias.

A reabilitação visual pode incluir o uso de dispositivos de auxílio óptico, como lupas e óculos com lentes especiais, além de terapias visuais personalizadas para treinar o paciente a maximizar o uso da visão residual. 

Essas intervenções ajudam a melhorar a qualidade de vida dos pacientes, permitindo que eles continuem a realizar atividades como ler, dirigir e trabalhar.

A esclerose múltipla pode ter um impacto significativo na “Saúde Ocular“, com sintomas visuais que variam de leves a graves. O acompanhamento regular com um neuroftalmologista e o tratamento adequado são fundamentais para gerenciar esses sintomas e preservar a saúde da visão.

Se você ou alguém que você conhece tem esclerose múltipla e está enfrentando problemas visuais, é importante procurar ajuda especializada para evitar complicações maiores. Convido você a agendar uma consulta para encontrarmos as melhores alternativas para o seu caso!

Dra. Medéia Coradini
Oftalmologista especialista em Neuroftalmologia, Cirurgias de Catarata com lentes de tecnologia avançada e Cirurgiã de Retina.
CRM: 161.100 | RQE: 100.683

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