A importância da visão no diagnóstico de Doenças Neurológicas

Postado em: 28/10/2024

A importância da visão no diagnóstico de Doenças Neurológicas

A visão é um dos sentidos mais importantes para a nossa interação com o mundo, mas além de sua função óbvia, ela desempenha um papel fundamental no diagnóstico de várias Doenças Neurológicas

Alterações na visão podem ser os primeiros indícios de condições neurológicas subjacentes, especialmente as que envolvem o sistema nervoso central. 

Doenças neuro desmielinizantes, como a esclerose múltipla e a neuromielite óptica, são exemplos de condições em que os problemas visuais podem surgir antes de outros sintomas neurológicos.

Hoje vou explicar com mais detalhes como as alterações visuais estão relacionadas ao diagnóstico de doenças neurológicas e o papel da neuroftalmologia na detecção dessas condições. Continue sua leitura para conferir!

Doenças neuro desmielinizantes e suas manifestações visuais

Doenças neuro desmielinizantes, como a esclerose múltipla (EM) e a neuromielite óptica (NMO), afetam a mielina, o revestimento protetor dos nervos que facilita a transmissão de sinais elétricos no sistema nervoso. 

Quando essa mielina é danificada, os sinais entre o cérebro e o resto do corpo podem ser interrompidos, resultando em uma ampla gama de sintomas, incluindo problemas visuais.

A neurite óptica é uma das manifestações visuais mais comuns associadas a essas condições.

Caracterizada pela inflamação do nervo óptico, a neurite óptica pode causar perda súbita de visão, visão embaçada, dor ocular e alteração na percepção das cores. Esse sintoma muitas vezes é o primeiro indicativo de esclerose múltipla, sendo essencial para o diagnóstico precoce da doença. 

Pacientes que apresentam neurite óptica devem ser avaliados cuidadosamente, pois essa inflamação do nervo óptico pode estar associada a outras lesões no cérebro, detectáveis através de exames de imagem.

Além da neurite óptica, a visão dupla (diplopia) e a redução do campo visual são outras manifestações visuais que podem ocorrer em pacientes com doenças neurológicas. 

Esses sintomas estão frequentemente ligados a lesões em regiões do cérebro responsáveis pelo controle dos movimentos oculares e pela integração das informações visuais.

O papel da neuroftalmologia no diagnóstico

A neuroftalmologia, especialidade que lida com as interações entre o sistema nervoso e a visão, tem um papel muito importante no diagnóstico de doenças neurológicas. 

Quando um paciente apresenta sintomas visuais que não podem ser explicados por problemas oculares comuns, o neuroftalmologista realiza uma série de exames para avaliar o estado do nervo óptico, da retina e das vias visuais no cérebro.

Entre os exames mais utilizados, destacam-se:

  • Tomografia de Coerência Óptica (OCT): Esse exame de imagem não invasivo permite ao médico visualizar as camadas da retina e o nervo óptico em alta resolução. É útil para identificar danos no nervo óptico que podem estar relacionados a condições como esclerose múltipla ou neuromielite óptica.
  • Ressonância Magnética (RM): A RM é fundamental para detectar lesões no cérebro e na medula espinhal. Lesões na substância branca do cérebro são características da esclerose múltipla e podem aparecer em exames de imagem mesmo antes do paciente apresentar sintomas clínicos evidentes.
  • Potenciais Evocados Visuais: Esse teste mede a resposta do cérebro a estímulos visuais e é utilizado para avaliar a velocidade de transmissão dos impulsos nervosos entre os olhos e o cérebro. Atrasos nessa transmissão podem ser indicativos de danos à mielina, sugerindo a presença de uma doença desmielinizante.

Diagnósticos precoces e tratamentos

Identificar sintomas visuais relacionados a doenças neurológicas permite um diagnóstico mais rápido, o que é fundamental para o manejo adequado dessas condições. 

A esclerose múltipla, por exemplo, pode ser melhor controlada se tratada precocemente, e o mesmo se aplica à neuromielite óptica. 

O tratamento dessas condições geralmente envolve o uso de corticosteroides para reduzir a inflamação durante os surtos, além de medicamentos imunomoduladores e imunossupressores para prevenir novas lesões e controlar a progressão da doença.

As alterações visuais desempenham um papel fundamental no diagnóstico de várias doenças neurológicas, especialmente as doenças neuro desmielinizantes. O envolvimento de um neuroftalmologista é essencial para a avaliação desses sintomas e para a realização de exames que permitem identificar a causa subjacente. 

Entre em contato e marque uma consulta para fazer uma avaliação da sua saúde neuroftalmológica! Estou à disposição. Você pode entrar em contato pelo WhatsApp!

Dra. Medéia Coradini
Oftalmologista especialista em Neuroftalmologia, Cirurgias de Catarata com lentes de tecnologia avançada e Cirurgiã de Retina.
CRM: 161.100 | RQE: 100.683

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