Papiledema: O que você precisa saber
Postado em: 21/11/2024
O Papiledema é uma condição que ocorre quando o nervo óptico, localizado na parte de trás do olho, incha devido ao aumento da pressão dentro do crânio (pressão intracraniana).
Essa condição pode ser um sinal de problemas sérios de saúde, como tumores cerebrais, hemorragias ou meningite, sendo um indicativo de que algo está pressionando o cérebro.
A detecção precoce do papiledema é importante para evitar complicações graves, como a perda da visão. A neuroftalmologia tem um papel essencial na identificação e manejo desse quadro.
Neste artigo, você entenderá melhor o que é o papiledema, suas causas, sintomas e como ele é diagnosticado e tratado! Vamos lá?
O que é o papiledema?
O “Papiledema“ é o inchaço do disco óptico, a área onde o nervo óptico entra na retina, causado por um aumento da pressão dentro do crânio.
Essa pressão elevada é transmitida para o nervo óptico, que se projeta para dentro do olho, levando ao seu inchaço.
Essa condição pode ser visualizada durante um exame oftalmológico, utilizando um oftalmoscópio ou um exame de fundo de olho.
É importante destacar que o papiledema não é uma doença em si, mas um sinal de alerta para outras condições subjacentes mais graves.
O tratamento do papiledema depende da identificação e correção da causa subjacente do aumento da pressão intracraniana.
Quais podem ser as causas do papiledema?
O papiledema pode ser causado por uma série de condições que aumentam a pressão intracraniana.
A seguir, estão as principais causas associadas a essa condição.
Tumores cerebrais
Os tumores no cérebro, sejam malignos ou benignos, são uma das causas mais sérias do papiledema.
Eles podem aumentar a pressão no crânio ao ocuparem espaço ou bloquearem o fluxo de líquido cefalorraquidiano (LCR), resultando no inchaço do disco óptico.
Hidrocefalia
A hidrocefalia é caracterizada pelo acúmulo de LCR no cérebro, o que pode elevar a pressão intracraniana.
Essa condição pode ser congênita ou desenvolvida ao longo da vida devido a infecções, traumas ou outras doenças neurológicas.
Hipertensão intracraniana idiopática (HII)
A HII é uma condição em que o aumento da pressão intracraniana não tem uma causa clara, sendo mais comum em mulheres jovens e com excesso de peso.
Embora não seja causada por uma lesão ou tumor, a HII pode levar ao papiledema e potencialmente prejudicar a visão se não tratada adequadamente.
Meningite
A meningite é uma infecção das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo causar aumento da pressão intracraniana e, consequentemente, papiledema.
Quais são os sintomas mais comuns do papiledema?
Os sintomas do papiledema podem variar dependendo da gravidade do inchaço e do tempo de evolução.
No entanto, existem alguns sinais mais comuns que podem indicar a presença dessa condição, como:
- Dor de cabeça: Uma das manifestações mais frequentes, geralmente intensificada em posição deitada ou pela manhã.
- Náuseas e vômitos: Podem acompanhar a dor de cabeça devido ao aumento da pressão intracraniana.
- Visão turva ou embaçada: Um sintoma comum à medida que o inchaço do nervo óptico começa a afetar a visão.
- Perda de campo visual: A visão periférica pode ser afetada, levando a uma visão em “túnel”.
- Episódios de perda de visão transitória: Em alguns casos, pode haver breves períodos de perda de visão em um ou ambos os olhos, especialmente ao se levantar de forma repentina.
Como é feito o diagnóstico do papiledema?
O diagnóstico do papiledema é feito pelo neuroftalmologista, que realiza um exame detalhado do fundo de olho para avaliar o nervo óptico e detectar sinais de inchaço.
Além disso, outros exames podem ser necessários para confirmar a presença de pressão intracraniana elevada e identificar sua causa subjacente.
Exames de imagem
A ressonância magnética (RM) ou a tomografia computadorizada (TC) do cérebro são geralmente solicitadas para investigar possíveis causas do aumento da pressão intracraniana, como tumores, hidrocefalia ou outras anomalias estruturais.
Punção lombar
Em alguns casos, uma punção lombar é realizada para medir diretamente a pressão do LCR e analisar sua composição, ajudando a identificar infecções ou outras condições relacionadas.
Como é feito o tratamento do papiledema?
O tratamento do papiledema foca em reduzir a pressão intracraniana e tratar a causa subjacente.
A abordagem é multidisciplinar, envolvendo neurocirurgiões, neurologistas e outros especialistas, dependendo da origem do problema.
Podem ser indicados, por exemplo:
- Medicamentos: Diuréticos, como a acetazolamida, podem ser usados para reduzir a produção de LCR e aliviar a pressão intracraniana.
- Cirurgia: Em casos de tumores ou hidrocefalia, a cirurgia pode ser necessária para remover a causa do bloqueio do fluxo de LCR ou descomprimir o crânio.
- Controle de peso: No caso da HII, a perda de peso pode ser recomendada como parte do tratamento a longo prazo para reduzir a pressão intracraniana.
O neuroftalmologista tem um papel de destaque no diagnóstico precoce e no manejo do papiledema, além de monitorar a evolução do tratamento. Consultas regulares são fundamentais para avaliar a saúde do nervo óptico e prevenir danos à visão.
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Dra. Medéia Coradini
Oftalmologista especialista em Neuroftalmologia, Cirurgias de Catarata com lentes de tecnologia avançada e Cirurgiã de Retina.
CRM: 161.100 | RQE: 100.683
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