Dicas Importantes para Preservar a Visão em Pacientes com Doenças Neurológicas

Doenças Neurológicas podem impactar diretamente a forma como enxergamos o mundo. 

Em muitos casos, alterações na visão são os primeiros sinais de que algo não está funcionando bem no sistema nervoso. 

O acompanhamento especializado com uma Neuro-oftalmologista é fundamental para preservar a saúde visual desses pacientes.

O nervo óptico, os músculos oculares e as áreas cerebrais responsáveis pelo processamento visual podem ser afetados por condições como esclerose múltipla, acidente vascular cerebral (AVC), tumores cerebrais, miastenia grave, entre outras. 

A boa notícia é que, com alguns cuidados e orientações específicas, é possível proteger a visão e evitar perdas funcionais significativas. Continue sua leitura para conferir dicas!

Entendendo a relação entre o sistema nervoso e a visão

O olho capta a imagem, mas é o cérebro quem interpreta. 

Essa comunicação entre os olhos e o cérebro ocorre por meio de vias nervosas delicadas, como o nervo óptico e os nervos cranianos responsáveis pelos movimentos oculares. 

Quando uma doença neurológica afeta essas conexões, a visão pode se tornar turva, dupla ou distorcida.

Por isso, o acompanhamento com uma neuro-oftalmologista é essencial para monitorar essas alterações, ajustar tratamentos e orientar sobre como cuidar da visão em cada caso. 

Confira a seguir algumas recomendações importantes para pacientes com “Doenças Neurológicas“.

Evitando complicações visuais diante de doenças neurológicas 

1. Não ignore mudanças sutis na visão

Pacientes com doenças neurológicas devem estar atentos a qualquer sinal visual fora do comum, mesmo que discreto. 

São exemplos de sintomas que merecem investigação:

• Embaçamento visual que piora com o cansaço.
• Percepção alterada de cores, especialmente do vermelho.
• Sensação de que as imagens estão tremendo (oscilopsia).
• Dificuldade para acompanhar linhas de texto ou mover os olhos com precisão.
• Visão dupla (diplopia), mesmo que intermitente.

Em muitos casos, essas alterações indicam inflamação no nervo óptico, fadiga muscular ocular ou comprometimento das áreas cerebrais visuais.

2. Faça exames periódicos com a Neuro-oftalmologista

Pacientes neurológicos precisam de um acompanhamento oftalmológico diferente do convencional. 

A avaliação neuro-oftalmológica inclui testes que analisam a função pupilar, o campo visual, o alinhamento ocular e o funcionamento do nervo óptico.

Mesmo na ausência de sintomas, é importante realizar esses exames regularmente, pois alterações podem ser detectadas antes que afetem a qualidade de vida.

3. Use os recursos visuais adequados no dia a dia

Quando há alterações visuais por causas neurológicas, adaptar o ambiente e as atividades pode ajudar a reduzir o desconforto.

Algumas dicas nesse sentido incluem:

• Utilize iluminação indireta e difusa para evitar ofuscamento.
• Prefira letras ampliadas e contraste elevado em leituras.
• Marque degraus ou desníveis com cores vibrantes para facilitar a percepção espacial.
• Em caso de visão dupla, óculos com lente oclusora ou prismas podem ajudar a alinhar as imagens.

4. Controle rigorosamente a doença de base

Preservar a visão também depende do bom controle da doença neurológica principal. 

Isso inclui seguir as orientações da equipe médica, manter o uso correto de medicamentos e estar em dia com os exames neurológicos.

São exemplos de cuidados:

• No caso de esclerose múltipla, o controle da inflamação é essencial para evitar novos surtos de neurite óptica.
• Após um AVC, a reabilitação visual pode ajudar na recuperação do campo visual.
• Em tumores cerebrais, o acompanhamento da compressão do nervo óptico é essencial para definir o momento certo de intervenção.

5. Informe sempre sua oftalmologista sobre o diagnóstico neurológico

Nem todos os profissionais têm formação específica em neuro-oftalmologia. 

Por isso, é fundamental buscar uma avaliação especializada que considere todo o histórico neurológico no momento do exame oftalmológico.

Com esses cuidados, é possível manter e gerir a saúde visual mesmo diante de doenças neurológicas complexas.

Agende uma consulta para conversarmos melhor sobre o seu caso! Será um prazer cuidar da sua visão.

Dra. Medéia Coradini

Oftalmologista especialista em Neuro-oftalmologia, Cirurgias de Catarata com lentes de tecnologia avançada e Cirurgiã de Retina.

CRM: 161.100 | RQE: 100.683

Leia também:

Reabilitação Visual em pacientes com lesões cerebrais

Exame Neuro-oftalmológico e Seu Papel na Gestão de Síndrome de Horner