Avanços no Diagnóstico de Neurite Óptica
Postado em: 13/06/2025
A Neurite Óptica é uma condição que pode surgir de forma súbita, trazendo preocupação tanto para o paciente quanto para quem o acompanha.
Ela afeta o nervo óptico, responsável por transmitir as informações visuais do olho até o cérebro, sendo muitas vezes associada a doenças neurológicas como a esclerose múltipla.
Felizmente, a área da neuro-oftalmologia evoluiu consideravelmente, e hoje contamos com métodos de diagnóstico mais precisos, rápidos e menos invasivos, que possibilitam identificar a neurite óptica em suas fases iniciais e otimizar o tratamento.
A seguir, confira alguns dos principais avanços que ajudam nesse diagnóstico!
O que é a neurite óptica?
A “Neurite Óptica” é uma inflamação do nervo óptico que pode provocar sintomas como:
- Perda súbita ou progressiva da visão, geralmente em um olho.
- Dor ao movimentar os olhos.
- Alteração na percepção de cores, principalmente o vermelho.
- Visão turva ou presença de manchas escuras no campo visual.
Essa condição pode ocorrer isoladamente ou estar relacionada a doenças desmielinizantes, como a esclerose múltipla, ou a outras inflamações do sistema nervoso central.
Em muitos casos, a neurite óptica é o primeiro sinal de um distúrbio neurológico mais amplo, o que torna seu diagnóstico e acompanhamento extremamente importantes.
Como é feito o diagnóstico da neurite óptica?
O diagnóstico da neurite óptica é clínico e depende de uma avaliação cuidadosa feita por uma neuro-oftalmologista.
Durante a consulta, alguns dos principais exames realizados são:
- Teste de acuidade visual, para medir a perda de nitidez da visão.
- Exame do fundo de olho, que pode mostrar alterações no disco óptico, como edema.
- Testes de campo visual, para mapear áreas de perda visual.
- Teste de percepção de cores, avaliando alterações específicas na identificação de tons.
- Testes pupilares, como a pesquisa de reflexo pupilar aferente relativo, um sinal precoce de disfunção do nervo óptico.
Em alguns casos, a confirmação do diagnóstico exige exames de imagem, como a ressonância magnética do encéfalo e órbitas, que permite visualizar inflamações no nervo óptico e identificar lesões típicas de doenças associadas, como a esclerose múltipla.
Quais os avanços recentes no diagnóstico de neurite óptica?
Nos últimos anos, a tecnologia trouxe ferramentas que tornaram o diagnóstico da neurite óptica ainda mais preciso e precoce.
Entre os principais avanços, destacam-se:
- Tomografia de coerência óptica (OCT): permite medir com alta precisão a espessura da camada de fibras nervosas da retina. A diminuição dessa espessura é um indicador precoce de dano ao nervo óptico, mesmo antes de alterações visíveis no exame clínico.
- Ressonância magnética de alta resolução: as novas técnicas de imagem aumentaram a capacidade de identificar inflamações discretas no nervo óptico e alterações cerebrais correlacionadas, auxiliando no diagnóstico diferencial.
- Potenciais evocados visuais (PEV): exame que avalia o tempo que o estímulo visual leva para chegar ao córtex cerebral, identificando atrasos na condução nervosa típicos da neurite óptica.
Esses recursos permitem um diagnóstico mais precoce, o que é fundamental para iniciar o tratamento rapidamente, evitar danos irreversíveis e, quando necessário, planejar o acompanhamento neurológico e neuro-oftalmológico de longo prazo.
Além disso, a evolução dos métodos de imagem ajudou a diferenciar casos típicos de neurite óptica relacionados à esclerose múltipla de outras condições, como a neuromielite óptica, favorecendo a escolha de terapias específicas e personalizadas.
Qual a importância da neuro-oftalmologia no diagnóstico e tratamento da neurite óptica?
O envolvimento da neuro-oftalmologia é fundamental desde o primeiro atendimento.
Como neuro-oftalmologista, avalio não apenas a perda visual, mas também sinais neurológicos mais amplos que podem estar relacionados.
No tratamento da neurite óptica, a atuação é voltada para:
- Confirmar o diagnóstico com precisão;
- Iniciar terapias apropriadas, como corticoides intravenosos em casos agudos;
- Indicar exames complementares para avaliação neurológica, se necessário;
- Monitorar a recuperação da visão e orientar reabilitação visual quando indicada.
Cada caso é único e exige uma abordagem individualizada, respeitando a condição neurológica de base e as particularidades do paciente.
O diagnóstico e o acompanhamento contínuo diante da neurite óptica fazem toda a diferença na preservação da função visual e no controle das doenças associadas.
Convido você a agendar uma consulta! Vamos juntos entender e cuidar da sua saúde visual:
Oftalmologista especialista em Neuro-oftalmologia, Cirurgias de Catarata com lentes de tecnologia avançada e Cirurgiã de Retina.
CRM: 161.100 | RQE: 100.683
Leia também:
O Que É Neurite Óptica e Quais são seus Sintomas?
Principais Complicações Visuais Associadas a Doenças Neurológicas