Exame Neuro-oftalmológico e Seu Papel na Gestão de Síndrome de Horner
Postado em: 07/03/2025
A Síndrome de Horner é uma condição neurológica rara que afeta a visão, entre outros fatores, sendo que o Exame Neuro-oftalmológico tem um papel muito importante na sua gestão.
Hoje vou comentar esse papel com mais detalhes, explicando a relevância do acompanhamento neuro-oftalmológico na vida desses pacientes.
Convido você a continuar a leitura para saber mais!
O que é a Síndrome de Horner?
A síndrome de Horner é uma condição neurológica rara que resulta da interrupção da via simpática que inerva o olho e estruturas faciais adjacentes.
Seus sintomas podem incluir, por exemplo, ptose (queda da pálpebra superior), miose (constrição da pupila) e anidrose (diminuição ou ausência de suor) no lado afetado do rosto.
O manejo adequado dessa síndrome pede o acompanhamento com profissionais como neurologistas e neuro-oftalmologistas, sendo que em muitos casos o “Exame Neuro-oftalmológico” é uma das peças de destaque no seu diagnóstico e gerenciamento.
Compreensão da via simpática ocular
Para entender a síndrome de Horner, é essencial conhecer a via simpática que supre o olho.
Essa via é composta por três neurônios:
- Neurônio de primeira ordem: origina-se no hipotálamo e desce pela medula espinhal até o nível de C8-T2.
- Neurônio de segunda ordem: sai da medula espinhal, percorre o ápice pulmonar e sinapsa no gânglio cervical superior.
- Neurônio de terceira ordem: parte do gânglio cervical superior, acompanha a artéria carótida interna e chega ao olho, inervando o músculo dilatador da íris e o músculo tarsal superior.
A interrupção em qualquer ponto dessa via pode levar aos sintomas característicos da síndrome de Horner.
Causas da síndrome de horner
As etiologias da síndrome de Horner são diversas e dependem da localização da lesão na via simpática:
- Lesões de primeira ordem (centrais): podem ser causadas por acidentes vasculares cerebrais, tumores ou esclerose múltipla que afetam o tronco encefálico ou a medula espinhal.
- Lesões de segunda ordem (pré-ganglionares): as causas podem incluir, por exemplo, tumores do ápice pulmonar (como o tumor de Pancoast), traumas no pescoço ou cirurgias que afetam a região torácica.
- Lesões de terceira ordem (pós-ganglionares): podem resultar de dissecção da artéria carótida interna, enxaquecas ou lesões no seio cavernoso, entre outras condições.
A identificação da causa subjacente deve ser feita por um médico qualificado.
O papel do exame neuro-oftalmológico no diagnóstico
O exame neuro-oftalmológico é fundamental na detecção da síndrome de Horner e na determinação da localização da lesão.
Durante a avaliação, a neuro-oftalmologista observa:
- Ptose: queda discreta da pálpebra superior no lado afetado.
- Miose: pupila menor no lado afetado, com resposta lenta à luz.
Vale destacar que o paciente deve receber atendimento tanto da neurologia quanto da neuro-oftalmologia, passando pelos exames solicitados pelo profissional de cada área.
Estratégias de manejo e tratamento
O tratamento da síndrome de Horner foca na abordagem da causa subjacente.
Dependendo da etiologia identificada, as intervenções podem incluir:
- Cirurgia: remoção de tumores ou reparo de dissecções arteriais.
- Terapia medicamentosa: tratamento de condições inflamatórias ou infecciosas.
- Observação: em casos onde a causa não representa risco imediato, pode-se optar por monitoramento que deve ser feito, regularmente e indispensavelmente, por neurologistas e neuro-oftalmologistas qualificados.
É importante ressaltar que, embora os sintomas oculares possam ser esteticamente incômodos, eles geralmente não afetam significativamente a função visual.
No entanto, a identificação da síndrome de Horner pode ser indicativa de condições médicas subjacentes potencialmente graves, o que torna a avaliação essencial para um diagnóstico preciso e manejo adequado.
Em conclusão, o exame neuro-oftalmológico desempenha um papel de grande relevância na detecção e gestão da síndrome de Horner. Através de uma avaliação detalhada, é possível identificar não apenas a presença da síndrome, mas também determinar a localização da lesão na via simpática, orientando o tratamento mais apropriado para cada paciente.
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Oftalmologista especialista em Neuro-oftalmologia, Cirurgias de Catarata com lentes de tecnologia avançada e Cirurgiã de Retina.
CRM: 161.100 | RQE: 100.683
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